Artigos de Opinião

Par Ronaldo Alves. Sur 23/12/11 00:07. Mise à jour 19/11/14 09:24.

Em construção

  • GARCIA, Ronaldo Alves. A UFG do futuro: perspectivas e desafios. Jornal do Professor. ADUFG, Dez. 2013.
  •  GARCIA, Ronaldo Alves.  Mais uma encruzilhada para a Universidade Pública. ADUFG, (pdf)

Artigos em jornais 

  •  Garcia, Ronaldo Alves, Os caminhos da consolidação da FAPEG, Publicado no Jornal O Popular em janeiro de 2007. Acesse aqui (pdf).
  •  GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, A UFG quer mais vida universitária. Universia.  2005.
  •  GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, A vitória se constrói com muito trabalho, trajetória acadêmica e coerência. Jornal Opção. Goiânia, (11 a 17 de setembro de 2005)
  • GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, Algumas metas para sacudir décadas de improviso na UFG. Jornal Opção. Goiânia,   (28 de agosto a 03 de setembro de 2005)
  •   GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, Desenvolvimento institucional e financiamento. Jornal Opção. Goiânia,   (31 de julho a 06 de agosto de 2005).
  •   GARCIA, Ronaldo Alves, Eu quero mais universidade. Jornal Opção. Goiânia,   (26 de junho a 02 de julho de 2005).
  •  GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, Os custos da campanha e a omissão sobre o teto dos gastos. Jornal Opção. Goiânia,  ( 10 a 16 de julho de 2005)
  •   GARCIA, Ronaldo Alves, BARBOSA,  Ivone Garcia, Os servidores querem mais UFG. Jornal Opcao. Goiânia,   (07 a 13 de agosto de 2005)
  •  Amaral, Heloiza, GARCIA, Ronaldo Alves, PERFIL ( por HELOIZA AMARAL ). Jornal Opção. Goiânia,  ( 03 a 09 de julho de 2005)

 

  •  BARBOSA,  Ivone Garcia, GARCIA, Ronaldo Alves, Queremos mais universidade e outro anteprojeto de reforma universitária. Jornal Opção. Goiânia, (22 a 28 de agosto de 2005)
  •  GARCIA, Ronaldo Alves, FERREIRA, Laerte Guimarães, Regras claras para eleição na UFG. Jornal o Popular. Goiânia-GO, (11 demarço de 2005).

 

  •  GARCIA, Ronaldo Alves, UFG mais humanizada - Entrevista a jornalista Liana Aguiar. Jornal Diário da Manhã. Goiania, p.1 - 1, 2005.

 

 

 

 O Popular, 11/03/2005.
 
Artigo  

Regras claras para eleição na UFG

Desde o final do regime militar que a maior parte das instituições federais de ensino superior escolhe pelo voto direto seus dirigentes. Em tese, essa decisão nunca deixou de ser prerrogativa do presidente da República, o qual escolhe um nome dentre uma lista tríplice encaminhada pelos respectivos conselhos superiores das universidades federais. Na prática, tal lista resulta de uma ampla consulta, através de voto direto e predominantemente paritário (o mesmo peso para os segmentos docente, técnico-adminitrativo e discente), à comunidade universitária, em geral organizada pelas associações de docentes, técnicos-administrativos e estudantes, e com a anuência dos próprios candidatos.

Ronaldo Alves Garcia e Laerte Guimarães Ferreira

Poucas têm sido as exceções a essa regra informal. Entre elas, a protagonizada pelo então presidente da República João Baptista Figueiredo, quando, a poucos dias de deixar o cargo, nomeou reitor da Universidade de Brasília um professor que não havia sido indicado pela consulta popular. Tamanho foram os protestos, que em pouco mais de um mês assumiu em seu lugar o primeiro nome da lista definida pelo voto direto: o hoje senador Cristovam Buarque. Outro episódio que merece destaque diz respeito à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quando em 1998, o primeiro nome da lista tríplice, o professor Aloisio Teixeira, foi preterido, por determinação do então ministro da Educação, Paulo Renato Souza, pelo último colocado da lista. Ao contrário da UnB, o reitor imposto da UFRJ permaneceu no cargo até o final do seu mandato, ainda que sob violentos protestos e uma administração marcada por repúdio e indiferença da comunidade universitária.

Ainda que nos últimos 20 anos tenha prevalecido a vontade democrática e pacífica, esses dois exemplos demonstram a necessidade de efetivamente legalizar o já legítimo processo de escolha dos dirigentes das instituições federais de ensino superior. Encaminhamento nesse sentido está sendo proposto no âmbito da polêmica reforma universitária, a qual prevê que a escolha de dirigentes será uma atribuição única e exclusivamente de cada universidade. No caso específico da UFG, toda essa questão se faz ainda mais premente, haja vista que neste ano estaremos escolhendo um novo reitor. Apesar de que a eleição só deva ocorrer em setembro, os nomes de reitoráveis e candidatos a reitoráveis já começam a circular nos corredores e colunas políticas dos jornais locais. E à semelhança de eleições anteriores, em breve devem aparecer os cartazes, panfletos, camisas e bonés! Da mesma forma, já começam as movimentações de bastidores em busca de apoio político-partidário e financeiro.

Assim, juntamente com os instrumentos legais que reconheçam o direito e autonomia das federais quanto à definição dos seus dirigentes, faz-se imprescindível uma discussão ampla e democrática sobre o conjunto de mecanismos e normas de escolhas, de forma a garantir um processo eleitoral transparente e que principalmente respeite as peculiaridades do mundo acadêmico. Em particular, é imperativo garantir que o poder econômico, ainda que disfarçado sob ingênuos jantares de adesão e rifas, não prevaleça sobre o debate de idéias.

Uma alternativa seria o financiamento, por parte da própria UFG, das campanhas dos candidatos. Obviamente que não estamos propondo aqui o financiamento de propaganda em outdoors, bonés ou camisetas! Ao contrário, pensamos que o custo de uma eleição para reitor deva ser o mínimo possível, restringindo-se à organização de debates e veiculação de idéias, principalmente pela internet. Assim, cada candidato oficialmente inscrito receberia apoio na forma de um pequeno espaço físico, um funcionário à disposição, direito a um carro (conforme agendamento prévio) para visita aos campi do interior, uma cota em material de consumo (papel, tinta para impressora, etc.), equipamento de informática (computador e impressora) e assessoramento técnico para organização de homepages. Considerando a estrutura e equipamentos já disponíveis na universidade, o custo por candidato não deve ultrapassar R$ 8 mil. E considerando que cinco candidatos devem efetivamente disputar a reitoria, conforme os bastidores, o custo total não deve ultrapassar R$ 40 mil. Recursos mais do que justificáveis para garantir um processo de escolha equilibrado e meritório.

Da mesma forma, é importante garantir que a eleição extrapole os pequenos feudos acadêmicos. Ou seja, diferentemente da prática corrente em que professores, funcionários e alunos votam em suas unidades de origem nas quais nem sempre imperam a imparcialidade e o respeito à consciência de cada um, sugerimos que a eleição seja organizada na forma de uma central de votação, onde as urnas sejam alocadas conforme número de matrícula, CPF, ou algo que o valha. No mínimo teremos um grande momento de congraçamento, que sirva, ao menos momentaneamente, para colocar lado a lado um professor da física, um funcionário da medicina e um aluno da música...

Também acreditamos ser imprescindível que os conselhos superiores da UFG sejam os condutores do processo de eleição e que as regras a serem definidas sejam fielmente cumpridas. É urgente a definição, a priori, de regras para deflagração do processo. Não podemos definir essas regras após a consolidação de candidaturas informais, sob o risco de influências espúrias e desvirtuamento do processo e dos próprios objetivos da universidade.

Ainda que as propostas desse artigo possam não refletir o consenso e necessidades da comunidade acadêmica, no momento em que a escolha de reitores pelo voto direto ganha reconhecimento legal, não podemos nos furtar a garantir o sentido acadêmico e democrático deste processo.

Ronaldo Alves Garcia é doutor em Matemática pelo IMPA, ex-diretor do Instituto de Matemática e Estatística (IME/UFG) e pesquisador   do CNPq

Laerte Guimarães Ferreira é doutor em Sensoriamento Remoto pela Universidade do Arizona (EUA), coordenador do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig/Iesa/UFG) e pesquisador do CNPq

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